
Imaginemos uma realidade com duas dimensões paralelas e coexistentes. Uma dessas dimensões seria simplesmente aquela em que vivemos, onde existimos como nós próprios. A segunda, uma realidade alternativa na qual todos teríamos um outro eu, uma projeção num mundo sem condicionantes de qualquer ordem, uma existência quase cinematográfica num imaginário assumidamente obscuro.
A série White Wedding é mais uma imersão neste universo desconcertante, porém com um belo sempre presente e onde a ironia e o humor marcam também o seu espaço. Desta vez, tornando invisíveis não só os rostos mas também os corpos de dois improváveis nubentes, de uma singular cerimónia vinda de um sonho negro fotografado a branco. O festivo retratado com ligaduras. Sorrisos de rostos não revelados. A união de dois seres estranhos, inexistentes. Cruzes e armas, karaokes de defuntos, uma criança de plástico, brindes e um cutelo.
A dança entre vida e morte satirizada pela lente.
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