Julgo que o ofício de Nuno Horta passa por uma fascinação com a figura humana, mormente com o rosto enquanto promontório da identidade, espaço absoluto da força e da vulnerabilidade. Em certas ocasiões, o fascínio impõe quase uma heroicidade, como se a figura se visse elogiada para lá da natureza, adquirindo uma complexidade fantasista, algo do foro do ímpeto heróico, como num apelo super-humano de perfeição, beleza perfeita, mistério poderoso, carisma intocável. A nova série que nos apresenta é a sofisticação plena desta proposta. Vemo-nos como diante de olhares que nos perscrutam e que nos impedem de qualquer paridade. A fotografia impera sobre o espaço e as figuras são mais do que humanas, têm um poder por revelar, uma força que não se explica por completo, tão claramente belas quanto distintas, sem paralelo com qualquer normalidade.
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